Tratamento com Medicamentos à Base de Canabidiol (CBD) no Brasil

DIREITOS DO CONSUMIDOR

10/26/20243 min read

Tratamento com Medicamentos à Base de Canabidiol (CBD) no Brasil

Para muitos pacientes no Brasil, o tratamento com medicamentos à base de canabidiol (CBD) representa uma opção promissora para alívio de sintomas e melhoria na qualidade de vida, especialmente em condições como epilepsia, autismo, ansiedade e dores crônicas. No entanto, o acesso a esses medicamentos, apesar de regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), enfrenta algumas barreiras, como o custo elevado e a indisponibilidade em farmácias convencionais. Para superar esses obstáculos, muitos brasileiros têm recorrido ao Judiciário para garantir o acesso a esse tratamento. Abaixo, entenda os principais passos para conseguir judicialmente o fornecimento de medicamentos à base de canabidiol.

1. Documentação Médica Completa

O primeiro passo é obter uma recomendação médica formal para o tratamento com canabidiol. Isso inclui laudos médicos que detalhem a condição de saúde do paciente, tratamentos anteriores e justificativas claras para o uso de medicamentos à base de CBD. É importante que o médico especialista descreva por que o canabidiol é uma opção necessária e explique os benefícios esperados para o paciente.

2. Autorização da ANVISA para Importação

Embora o canabidiol seja legalmente autorizado pela ANVISA, muitos medicamentos à base de CBD ainda precisam ser importados, o que exige uma autorização especial. O médico pode auxiliar na solicitação dessa autorização, mas muitos pacientes relatam que o custo elevado para a aquisição do medicamento no exterior representa uma barreira significativa. Esse é um ponto que reforça a necessidade da intervenção judicial.

3. Entrando com a Ação Judicial

Com a documentação médica e autorização da ANVISA, é possível ingressar com uma ação judicial contra o plano de saúde ou até mesmo contra o sistema público de saúde (SUS) para garantir o fornecimento do medicamento. Em ações contra planos de saúde, os tribunais brasileiros têm, em geral, decidido que o tratamento indicado pelo médico deve ser custeado pelo plano, mesmo que o medicamento não esteja previsto no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A argumentação se baseia na proteção à saúde e à dignidade humana, valores constitucionais garantidos aos brasileiros.

Caso o paciente não tenha plano de saúde ou não consiga custear o tratamento de forma particular, é possível solicitar que o SUS forneça o medicamento. Embora o SUS atualmente não tenha esses medicamentos em sua lista de distribuição gratuita, muitos pacientes têm conseguido decisões favoráveis por meio de ações judiciais, considerando o princípio da universalidade e integralidade do SUS.

4. Provas dos Custos e Impacto Financeiro

Outro ponto que ajuda, é comprovar que o paciente não consegue arcar com o custo do tratamento de maneira sustentável. É comum, nas ações judiciais, apresentar comprovantes de renda, custos mensais e orçamento familiar, para demonstrar que o alto custo dos medicamentos compromete a saúde financeira do paciente ou da família.

5. Pedido de Tutela de Urgência

Dada a natureza de muitas das condições tratadas com canabidiol – como epilepsia, autismo e dores crônicas – é recomendável solicitar ao juiz uma tutela de urgência, um mecanismo legal que permite que o juiz conceda a liminar para o fornecimento do medicamento enquanto o processo ainda está em andamento. Isso assegura que o paciente comece o tratamento o quanto antes, evitando o agravamento da sua condição.

6. Apoio Jurídico Especializado

A ajuda de um advogado especializado em direito à saúde pode facilitar e acelerar o processo judicial, apresentando todos os documentos de maneira organizada e fundamentada. Advogados com experiência em ações desse tipo conhecem as decisões recentes que têm sido favoráveis ao paciente e podem ajudar a estruturar um pedido sólido.

Conclusão

Garantir judicialmente o acesso a medicamentos à base de canabidiol pode ser um processo desafiador, mas possível e eficaz com o devido suporte médico e jurídico. Essa é uma alternativa essencial para aqueles que não encontram outras formas de custeio ou fornecimento para os tratamentos necessários. Em muitos casos, a Justiça brasileira tem se posicionado em favor do direito à saúde e à dignidade, atendendo ao pedido de pacientes que dependem desses medicamentos para melhorar sua qualidade de vida.

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